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O mundo está mais violento ou a nossa sensibilidade em relação a violência é que está maior?

14/06/2019


Quando nos referimos a violência, podemos perceber o que isso realmente significa, analisando a origem da palavra.  A palavra tem sua raiz no latim, violentia que significa força física e vigor. Essa força física se transforma em violência quando excede os limites sociais ou altera acordos e regras que coordenam as relações em sociedade. O limite e o sofrimento causado por ela é o que vai caracterizar um ato como violento ou não, sempre variando de acordo com o contexto histórico e, por isso, é difícil elaborar uma definição bem delimitada dessa ação.

A violência constitui um tipo de relação social em que se nega o outro e o espaço do diálogo desaparece, pois não existe espaço para a argumentação ou negociação. A violência pode ser física, moral, psicológica ou emocional. Ela pode acontecer na rua, dentro de casa ou estar disfarçada por instituições sociais. Não podemos reduzir a violência a uma mera situação de causas, efeitos ou estatísticas, mas precisamos destacar a importância dela na constituição e organização da nossa sociedade.

Frequentemente vemos os noticiários retratando os números crescentes de crimes. Temos ainda crimes cometidos em nome de intolerâncias religiosas, sobretudo, contra de matriz africana, gays, mulheres, linchamentos nas redes sociais, violência do Congresso Nacional, de onde eternizam-se a violência contra o cidadão. Esse histórico cria novos comportamentos, o principal deles: o medo.  Ele altera nosso comportamento social influenciando, inclusive, a arquitetura das cidades, fazendo surgir muros e cercas elétricas, entre outros dispositivos de segurança que trazem como consequência a segregação.

O que não nos damos conta é que violência gera mais violência. A nossa consciência sobre ela está maior e a cada dia conquistamos pequenas vitórias no seu combate. Como as leis de proteção a mulheres (Lei Maria da Penha e Lei do Feminicídio) e crianças (Estatuto da Criança e do Adolescente), mas ainda há muito a se alcançar. É preciso acabar com a intolerância, acabar com a crença de que os direitos de uns são diferentes do que de outros, exterminar a ideia de que qualquer argumento possa justificar um ato de violência.

Junho nos reforça a importância de sermos tolerante com o outro e, acima de tudo, de combater qualquer comportamento violento. Se você é vítima de uma violência ou conhece alguém que é, não pense duas vezes, denuncie, ligue 180.


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