| Objetivo

Formar médicos especialistas capazes de identificar e manejar precocemente sintomas complexos, comunicando-se de forma clínica e culturalmente competente, respeitando as diretivas antecipadas, tomada de decisão compartilhada e fornecendo cuidados paliativos de alta qualidade com uma abordagem humanizada para o alívio do sofrimento e a promoção da dignidade de pacientes com doenças que ameaçam a continuidade da vida e de suas famílias.

| Público Alvo

Médicos cuja formação tenha sido realizada no Brasil ou, se obtida no exterior, que possuam diploma devidamente reconhecido no país, conforme a legislação vigente.

| Justificativa

Estimativas apontam que cerca de 625 mil pessoas por ano no Brasil necessitam de cuidados paliativos. São, em média, 33.890 crianças e 591.890 adultos. A maioria desses pacientes tem múltiplas condições crônicas, como câncer avançado, doenças neurodegenerativas, cardíacas, respiratórias, entre outras. Esses pacientes não são atendidos em suas demandas específicas de cuidados e estão dispersos no sistema de saúde, com alta utilização de leitos, pronto-atendimento e terapias fúteis no fim da vida, resultando em sofrimento desnecessário para o paciente e sua família, e onerando o sistema de saúde. (Fripp et al., 2025).

Apesar dos avanços e conquistas na área da saúde, o Brasil ainda carece de investimento na área dos Cuidados Paliativos, sobretudo na formação de profissionais, fomento de normativas e políticas direcionadas, bem como de uma organização que preconize a assistência em Cuidados Paliativos em toda a sua abrangência, ou seja, na atenção primária, na média e na alta complexidade. Contudo, é preciso estabelecer interlocuções das várias áreas de atenção à saúde para a concretização de uma assistência efetiva. (Andrade, 2024).

A ausência da temática de Cuidados Paliativos na grade curricular da maioria das faculdades de medicina e programas de residência médica leva a uma lacuna crítica de conhecimento. Médicos, independentemente de sua especialidade, frequentemente se deparam com pacientes que necessitam de manejo complexo de sintomas, de comunicação de notícias difíceis e de apoio psicossocial e espiritual. Sem o devido treinamento, eles recorrem a tratamentos curativos ineficazes, comprometendo a qualidade de vida do paciente e trazendo sofrimento ao profissional que reconhece a necessidade de aprimoramento para ofertar um atendimento centrado nas necessidades do paciente que estão atendendo. (Brasi, 2022).

Em 7 de maio de 2024, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP), que organiza e financia equipes assistenciais e de apoio matricial de cuidados paliativos (EMCP e EACP) em todos os níveis de atenção e determina a qualificação continuada das equipes. A Portaria explicita a necessidade de formação para oferta de cuidado integral, oportuno e baseado em evidências. (Brasil, 2024).

A oferta de uma turma de especialização em Cuidados Paliativos para médicos é um passo estratégico e urgente para alinhar a prática médica brasileira com as demandas contemporâneas de saúde. Ao investir na capacitação desses profissionais, estamos não apenas respondendo a uma exigência da legislação vigente (Brasil, 2024), mas, acima de tudo, honrando nosso compromisso com a dignidade humana no processo de adoecimento e morte. Essa iniciativa é um investimento na melhoria da qualidade de vida de milhares de pacientes e suas famílias, otimizando o uso de recursos de saúde e transformando a cultura de assistência médica em nosso país.

| Perfil do Formando

Ao concluir o curso, o médico especialista em cuidados paliativos será um profissional com perfil de liderança e excelência técnica, capaz de:

  • Atuar como especialista e consultor: liderar a implementação de linhas de cuidado paliativo e prestar consultoria especializada para outras equipes de saúde (em enfermarias, UTIs, ambulatórios e atenção domiciliar), otimizando a jornada do paciente no Sistema Único de Saúde (SUS) e na Saúde Suplementar.
  • Gerir equipes e processos: aplicar competências de gestão para planejar, organizar e liderar equipes interdisciplinares de cuidados paliativos, promovendo uma cultura de colaboração, comunicação eficaz e cuidado centrado na pessoa.
  • Ser um agente de transformação cultural: influenciar positivamente o ambiente de cuidado, disseminando a filosofia paliativista e contribuindo para a humanização da assistência à saúde e para a sustentabilidade das instituições, através do uso racional de recursos e da adequação de planos terapêuticos.
  • Integrar tecnologia e humanismo: utilizar criticamente as tecnologias em saúde - como telemedicina para acompanhamento, prontuários eletrônicos e aplicativos de monitoramento de sintomas - como ferramentas para potencializar o cuidado humano, sem nunca deixar que substituam a presença terapêutica.
  • Produzir e aplicar conhecimento: desenvolver um raciocínio crítico e investigativo, sendo capaz de analisar a literatura científica, aplicar a medicina baseada em evidências em sua prática e utilizar indicadores de qualidade para monitorar e aprimorar continuamente o serviço de cuidados paliativos sob sua responsabilidade.
  • Ter domínio do manejo farmacológico básico e avançado: não se limitar a prescrever, mas dominar a rotação de opioides, o uso de fármacos adjuvantes para dor neuropática e outras síndromes dolorosas complexas, o manejo de efeitos adversos, a de prescrição de medicamentos fúteis e a reconciliação medicamentosa segura.
  • Ser um comunicador habilidoso: apto a construir pontes de diálogo com pacientes, famílias e equipes, promovendo o alinhamento de cuidados e o respeito à autonomia do paciente.
  • Abordagem sistêmica da unidade de cuidado: reconhece a família como uma extensão do paciente e a incluir no plano de cuidados. Ser capaz de realizar conferências familiares estruturadas, identificar o cuidador principal e suas necessidades, validar o sofrimento familiar e oferecer suporte e orientação durante todo o processo de adoecimento e no luto.
  • Promoção de um ambiente de suporte mútuo: facilita e incentiva a criação de espaços formais e informais para a discussão de casos difíceis que contemplem não apenas os aspectos técnicos, mas também os impactos emocionais sobre os profissionais.

Disciplinas do Curso

Conheça as disciplinas do curso de Cuidados Paliativos

História, definições e princípios dos Cuidados Paliativos


15

Bioética Clínica e Aspectos Legais em Cuidados Paliativos


15

Dor


30

Dor Oncológica


30

Manejo da Dor


30

Manejo dos Sintomas Gastrointestinais, Respiratórios e Neuropsiquiátricos


15

Fundamentos da Comunicação Terapêutica


30

O Impacto Psicossocial do Adoecimento e o Processo de Luto


30

A Espiritualidade no Cuidado em Saúde


15

Cuidados Paliativos em Pacientes Adultos Não Oncológicos


30

Cuidados Paliativos em Pacientes Adultos com Câncer


15

Cuidados Paliativos na Unidade de Terapia Intensiva e na Emergência


30

Cuidados Paliativos no Âmbito Ambulatorial e Hospitalar


15

Cuidados Paliativos no Âmbito Domiciliar


30

Gestão e Empreendedorismo em Cuidados Paliativos


15

Prevenção de Burnout, Fadiga por Compaixão e Estresse Traumático Secundário


15

Investimento

24 parcelas de R$670,00

Presencial

Capacitar médicos para reconhecer e manejar sintomas complexos, comunicar-se com sensibilidade e oferecer cuidados paliativos humanizados, promovendo dignidade, alívio do sofrimento e melhor qualidade de vida a pacientes e famílias.

Tenho Interesse