| Justificativa

O mercado de trabalho, impulsionado pela constante evolução das Normas Regulamentadoras (NRs), das leis trabalhistas e previdenciárias, manifesta uma demanda contínua por profissionais altamente especializados em saúde e segurança do trabalho. No entanto, percebe-se uma acentuada carência de especialistas que dominem, de forma verdadeiramente integrada, tanto a prevenção de riscos, por meio da Higiene Ocupacional, quanto a atuação em contextos litigiosos, através das Perícias Trabalhistas.

Essa lacuna é evidenciada pela busca ativa, por parte de empresas, escritórios de advocacia e do próprio Poder Judiciário, por peritos e assistentes técnicos com conhecimento aprofundado e prático nessa confluência de saberes. A Higiene Ocupacional, em sua essência, dedica-se à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais ¿ sejam eles físicos, químicos ou biológicos ¿ que potencialmente afetam a saúde do trabalhador. As Perícias Trabalhistas, por sua vez, representam a avaliação técnica de situações de insalubridade, periculosidade e acidentes de trabalho, muitas vezes resultantes diretamente da inobservância ou falha na gestão desses mesmos riscos.

Essa interdependência ganha ainda mais relevância frente à complexidade e às constantes atualizações da legislação brasileira em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), pois, além das NRs, temos a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o Código de Processo Civil (CPC), que rege as perícias, e uma vasta jurisprudência trabalhista. Isso torna imperativo que profissionais compreendam essa teia regulatória para garantir a conformidade legal e mitigar riscos jurídicos para as empresas, cientes de que a ausência de uma gestão robusta de Higiene Ocupacional é, com frequência, a raiz de ações trabalhistas por insalubridade ou doenças ocupacionais.

É nesse cenário que se torna evidente a necessidade de uma formação mais abrangente, pois, atualmente, muitos profissionais que atuam em perícias trabalhistas, embora possuam sólido conhecimento técnico em suas áreas de origem (como engenharia, medicina ou química), podem carecer de uma formação aprofundada tanto em Higiene Ocupacional quanto nos aspectos processuais e legais das perícias. Da mesma forma, os próprios higienistas ocupacionais poderiam se beneficiar enormemente ao entender como suas análises e dados são empregados em um contexto judicial.

A pós-graduação proposta visa, assim, preencher precisamente essa lacuna, formando um profissional com uma visão holística e a capacidade ímpar de transitar com fluidez entre a expertise técnica e as exigências legais. Em suma, a pós-graduação em "Higiene Ocupacional e Perícias Trabalhistas" emerge como uma resposta crucial à demanda do mercado, capacitando profissionais para integrar a prevenção de riscos com a gestão eficaz de passivos judiciais.

Desse modo, ela não só eleva o patamar técnico e estratégico dos especialistas em Saúde e Segurança do Trabalho, como também contribui significativamente para a melhoria das condições laborais no Brasil e para a otimização do sistema judicial trabalhista. Representa, assim, um investimento fundamental na qualificação profissional, cujos benefícios tangíveis se estendem a indivíduos, empresas e à sociedade de forma abrangente.

| Perfil do Formando

O profissional formado nesta pós-graduação será um especialista com uma visão integrada e estratégica, capaz de transitar com fluidez entre a prevenção de riscos e a gestão de passivos trabalhistas.

Dominará as metodologias e normativas da Higiene Ocupacional para antecipar, reconhecer, avaliar e controlar agentes de risco no ambiente de trabalho, ao mesmo tempo em que possuirá a expertise jurídica e técnica para atuar como perito ou assistente técnico em processos de insalubridade, periculosidade e acidentes, elaborando laudos consistentes e fundamentando decisões em conformidade com a legislação.

Essencialmente, será um agente de transformação, apto a promover ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis, e a mitigar riscos legais para empresas, contribuindo significativamente para o bem-estar dos trabalhadores e a eficiência do sistema judicial.