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Entidades discutem relações trabalhistas durante audiência pública
25/04/2019
Representantes da FIESC, de outras federações, associações, universidades, sindicatos patronais e laborais aceitaram o convite do diretor do Foro Trabalhista de Rio do Sul, o juiz Dr. Leonardo Frederico Fischer, para um diálogo sobre as mudanças nas relações trabalhistas. O encontro reuniu cerca de 250 pessoas, na Sala Nobre da Unidavi, na noite de quarta-feira, 24 de abril. Também participaram lideranças políticas e jurídicas, trabalhadores, empresários e profissionais liberais. O objetivo foi debater o futuro da região, a importância dos sindicatos e da justiça do trabalho, conscientizando a comunidade sobre as mudanças previstas pela reforma trabalhista.
"O mundo do trabalho está em constante mudança e precisa ser objeto de conversas. Sabemos que a maneira como o trabalho é exercido hoje vai mudar muito nos próximos anos. Estamos acostumados a pensar só no momento presente, mas temos que preparar as pessoas agora para encontrarmos um futuro melhor", explicou o juiz Leonardo Frederico Fischer. "A Reforma Trabalhista ajuda a estabelecer uma relação de trabalho mais simples e mais segura juridicamente. O contexto está sendo alcançado, mas as pessoas precisam entender melhor o que mudou, principalmente na área do Direito Coletivo, que envolve os sindicatos", acrescentou Leonardo.
As advogadas da FIESC, Maria Antônia Amboni e Jomara Bessa, acompanharam as discussões. "A FIESC entende que o diálogo é muito necessário para as relações de trabalho. Foi um avanço a modernização dessas relações, pois valorizou a negociação coletiva com a prevalência do negociado sobre o legislado. A lei trouxe vários pontos em que as partes podem negociar. Com isso ampliou o papel das entidades sindicais", disse Maria. "Esse encontro foi importante por trazer diálogo e promover harmonia, principalmente por estarmos numa fase de transição, depois dessas mudanças na legislação trabalhista", acrescentou Jomara.
O prefeito de Rio do Sul, José Thomé, fez um balanço sobre a situação econômica da região e ressaltou a necessidade dos dois lados estarem juntos para melhorar a geração de emprego e o desenvolvimento. "Precisamos de criatividade para o Alto Vale não ser engolido por outras regiões. Nosso povo sempre foi muito resiliente diante de adversidades. Agora precisamos nos unir para nos adequarmos à nova realidade", enfatizou Thomé.
Para o Reitor da Unidavi, Prof. M.e Célio Simão Martignago, é preciso pensar o futuro dos sindicatos. "As entidades precisam se adequar às novas normas, onde se valorize mais a convenção coletiva sobre a legislação trabalhista. Debates assim são importantes para trazer novos olhares frente a estes assuntos, contribuindo em discussões mais intensas e focando em resultados que sejam de interesse de todos", completa.
O diretor da FIESC e presidente do SINFIATEC, Pedro Leal da Silva Neto, também prestigiou o encontro. Em sua fala ele comentou a situação do setor têxtil e da negociação coletiva, relembrou os problemas de infraestrutura da região, criticou o sistema tributário brasileiro e colocou como necessária a reforma trabalhista.
Ao final os participantes fizeram comentários e questionamentos envolvendo temas como a flexibilização do horário do comércio, convenções coletivas, contribuição sindical, baixa participação de associados nas assembleias, o papel dos escritórios de contabilidade, entre outros assuntos.
Texto: Débora Claudio - Jornalista