CUIDAR DE QUEM CUIDA: A SAÚDE MENTAL DOS TRABALHADORES DO RAMO MÉDICO
Trabalho de Conclusão de Curso
A dimensão laboral é composta por dimensões socioeconômicas, simbólicas/culturais, tecnológicas e administrativas, e ocupa um papel central na vida do ser humano. Contextos inadequados de trabalho são marcados por tensões e relacionamentos conflitantes que geram insegurança, estresse e desespero. A Constituição Brasileira (de 1988) estabelece a saúde como direito de todos, afirmação pautada no art. 196º, que institui garantias provenientes de políticas sociais e econômicas com objetivos de redução de riscos e acesso universal aos serviços de promoção, proteção e recuperação. A redução de riscos inerentes ao trabalho também é prevista, mencionada no art. 7º, esta é atrelada às normas de saúde, higiene e segurança. Especificamente nas empresas do ramo médico há indicações de certas "disfuncionalidades" como: problemas de relacionamentos na equipe, jornadas intensas de trabalho, superlotação de pacientes nos serviços de saúde, falta de recursos materiais no ambiente de trabalho. É neste contexto que se posiciona o objetivo deste trabalho, ou seja, avaliar a saúde mental de trabalhadores da área da saúde em uma organização de Rio do Sul, profissionais que encontram condições diferenciadas nas suas atividades com características próprias quanto às suas condições psicossociais no trabalho. A presente pesquisa é empírica e decorreu através da coleta de dados com profissionais da área da saúde de um ambulatório de pronto atendimento. Os instrumentos utilizados foram: a) ISSL-R - Inventário de sintomas de stress para adultos de LIPP Revisado; e b) EVENT - Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho, foram aplicados individualmente com 16 profissionais, visando descobrir condições de trabalho e indicadores de saúde mental entre o grupo pesquisado. Através da análise comparativa, 95,8% dos participantes deste estudo apresentaram sintomas de estresse, sendo 62,5% com a presença de índices moderados a graves. Também foi constatado que por mais que as condições do ambiente não foram majoritariamente contribuintes para o desenvolvimento de estresse, a medida em que os níveis de estresse dos trabalhadores aumentam, ficam mais vulneráveis e apresentam ainda mais sintomas, a presença do fator "pressão no trabalho" se destacou nas atividades do ambulatório. A comparação dos indicadores obtidos confirmou que trabalhadores da área da saúde são afetados pelas condições de trabalho com repercussão a sua saúde mental. Indica-se à empresa o estabelecimento de ações corretivas e de asseguramento da vivência integral de saúde dos trabalhadores no ambiente de trabalho, afim de que este seja sadio e possibilite bem-estar e qualidade de vida.