Trabalho de Conclusão de Curso

Este trabalho teve como objetivo apresentar uma proposta de pesquisa a ser desenvolvida através do trabalho de conclusão de curso em psicologia, o qual visa conhecer os impactos psicossociais da participação em um grupo do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) na vida de mulheres de um município do Alto Vale do Itajaí. Consideram-se os grupos detentores de um papel relevante no desenvolvimento de trocas, de vínculo e conscientização do sujeito, o que justifica a escolha por esta estrutura como alvo de pesquisa. Além disso, um dos contextos em que mais se desenvolve trabalho com grupos, dentro das políticas públicas do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), é o CRAS, dispositivo que vem ganhando espaço e contribuindo, cada vez mais, através de sua prática comprometida com a realidade social do país em defesa dos direitos sociais. A opção por tal contexto justifica-se pelo CRAS ser entendido como porta de entrada das famílias na Proteção Social Básica na Assistência Social, almejando a promoção de saúde e prevenção de doenças, bem como o fortalecimento de vínculos. Esta é uma pesquisa qualitativa, na medida em que há a interpretação subjetiva dos dados mediante interação do pesquisador com o fenômeno. É considerada descritiva, tendo em vista que os dados encontrados serão descritos, e exploratória, por ser realizada em campo com pessoas usuárias do CRAS de um município do Alto Vale do Itajaí. Foram utilizados como instrumentos para coleta de dados um roteiro de entrevista semiestruturada, juntamente com registros a partir de diário de campo. A análise dos dados aconteceu através dos Núcleos de Significação e da categorização das reflexões construídas com base nos registros de diário de campo. A coleta de dados somente aconteceu após o trabalho ter sido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os resultados evidenciam os impactos psicossociais encontrados: o fortalecimento de vínculos, sentimento de pertencimento, compartilhar, ajuda mútua, reconhecimento das participantes como pessoa cidadã/ de direitos, promoção do bem-estar, do acolhimento e do cuidado aos usuários do SCFV, ressignificação das experiências subjetivas dessas pessoas, promoção de suporte e apoio. Conclui-se a importância desta pesquisa que apresenta o cenário do SUAS e do SCFV, talvez pouco conhecido, mas recheado de possibilidades de atuação para a psicóloga. Ressalta-se a possibilidade de ampliar esta pesquisa avançando para novos estudos relacionados ao tema da Psicologia na interface com as Políticas Públicas de Assistência Social.