O CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO PERANTE A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE OSTOMIZADO
Trabalho de Conclusão de Curso
As ostomias são aberturas realizadas quando, é necessária a exteriorização do trato digestivo ou urinário. Os estomas podem ser temporários ou permanentes, esse procedimento é indicado em casos de obstruções intestinais, perfuração do cólon, entre outras doenças. O momento pós-operatório é muito importante para os indivíduos ostomizados, e o Enfermeiro é essencial para estabelecer vínculo nesse processo inicial de adaptação. Este estudo tem como objetivo analisar a assistência de enfermagem ofertada ao paciente com ostomia recente ou tardia em instituição hospitalar, bem como o conhecimento dos profissionais nessa prática. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e descritivo, realizado em duas instituições hospitalares no Alto Vale do Itajaí, no estado de Santa Catarina. A coleta de dados foi realizada por meio de roteiro de entrevista, respeitando-se os preceitos éticos previstos na Resolução CNS nº 466/12. O estudo tem liberação ética expressa pelo parecer número 6.198.301. Os dados foram tratados segundo a análise de Bardin, organizados em cinco categorias: a compreensão dos enfermeiros sobre estomas e ostomias; os desafios da assistência de enfermagem ao paciente ostomizado; as orientações ofertadas pelo enfermeiro ao paciente ostomizado; a escassez na orientação do enfermeiro à equipe de enfermagem sobre os cuidados com as ostomias e a necessidade de cursos de capacitação sobre ostomias e estomas. E utilizou-se para a discussão a Teoria de Enfermagem de Hildegard Peplau sobre as Relações Interpessoais. Percebe-se que há uma fragilidade na assistência por parte do enfermeiro, pois os cuidados são generalistas de certa forma, sendo mais centrados na condição do estoma. Ressalta-se que uma parcela dos profissionais consideram que o cuidado psicológico e apoio emocional devem ser ofertados nesse momento. Compreende-se que no processo de educação em saúde e realização dos cuidados ao paciente, os enfermeiros realizam as orientações direcionadas ao estoma em si, como troca da bolsa coletora e higiene. Constata-se a falta do diálogo com o cliente, por meio do planejamento da assistência, prevendo as necessidades diárias do indivíduo pós-alta, considerando aspectos psicológicos, sociais, culturais e econômicos. Além disso, a inserção do familiar nesse processo de educação em saúde é pouco abordada pelos enfermeiros. O enfermeiro é essencial no processo de educação em saúde, sendo necessário que o mesmo seja dotado de conhecimentos e habilidades para tal função. Frente a isto, ressalta-se a necessidade da educação continuada nas unidades hospitalares, e de cursos de capacitação visando um cuidado de enfermagem mais interativo e qualificado.