PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE CARDIOPATIAS CONGÊNITAS DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN ASSISTIDAS NO AMBULATÓRIO DE CARDIOLOGIA DO HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO
Trabalho de Conclusão de Curso
Introdução: Crianças com Síndrome de Down (SD) apresentam risco 40 a 50 vezes maior de cardiopatias congênitas (CC) que a população geral, necessitando de fisioterapia e observação da desoxigenação. Conhecer a prevalência permite melhor direcionamento terapêutico. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de crianças com SD atendidas no ambulatório de cardiologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão. Métodos: Estudo epidemiológico, quantitativo e descritivo, com análise de prontuários de pacientes de 0 a 10 anos, de ambos os sexos. A coleta foi realizada em setembro de 2025. Resultados: Foram analisados 87 pacientes, com exclusão de 11. Predominaram crianças de 0 a 5 anos (72,4%), do sexo masculino (56,6%) e brancas (100%). A maioria era da Grande Florianópolis (68,4%). Entre as mães, 14,5% tinham 30 a 34 anos e 36,8% realizaram acompanhamento gestacional. Quanto às comorbidades, 22,4% não apresentaram nenhuma e 5,3% tinham diabetes mellitus. As CC mais prevalentes foram comunicação interatrial (23,7%), CIA+CIV e CIA+PCA (11,8% cada), CIV isolada (9,2%), PCA+FOP e CIA+CIV+PCA (5,3% cada) e Tetralogia de Fallot (3,9%). O diagnóstico ocorreu antes de 1 mês em 71,1% e 35,5% foram submetidos a cirurgia, sendo 25% antes de 1 mês. Cerca de 51,3% estavam em fisioterapia e uso regular de medicamentos, principalmente betabloqueadores (10,5%). Outras condições clínicas ocorreram em 67,1%, com hipotireoidismo como a mais frequente (48,7%). Nenhum óbito foi registrado até a coleta. Conclusão: O estudo evidencia diagnóstico precoce, desafios na gestão em saúde e falhas nos registros dos prontuários.