SEGURANÇA ESCOLAR: conhecimento e preparo dos profissionais da educação na prevenção de acidentes e primeiros socorros
Trabalho de Conclusão de Curso
A escola pode ser considerada um dos locais mais propícios a acidentes ou a situações de risco, em decorrência de ser um espaço coletivo e por envolver vários indivíduos de diversas faixas etárias, o que necessita de prestação de cuidados específicos e adequados pelos professores. Os acidentes não intencionais estão entre as principais causas de morbimortalidade infantil em todo o mundo, representando parcela significativa das internações hospitalares e atendimentos de emergência. A epidemiologia dos acidentes escolares tem ganhado destaque nas últimas décadas, uma vez que o ambiente escolar é considerado um dos principais espaços de socialização e desenvolvimento infantil. Este estudo teve como objetivo analisar a compreensão, o preparo e a formação dos profissionais da educação em relação à prevenção de acidentes e à resposta a situações que demandam primeiros socorros no ambiente escolar. A pesquisa, de natureza qualitativa e abordagem exploratório-descritiva, foi desenvolvida por meio de entrevistas semiestruturadas, atendendo aos preceitos éticos da Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, sendo gravadas mediante autorização dos participantes, formalizada por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Fizeram parte da pesquisa vinte educadores, selecionados por atenderem aos critérios de inclusão estabelecidos no estudo. A análise dos dados foi realizada conforme Bardin (2016), resultando em três categorias centrais: (1) experiências e percepções sobre acidentes e primeiros socorros; (2) preparo dos profissionais da educação para atuação em primeiros socorros; e (3) formação docente e ações preventivas no ambiente escolar. A interpretação dos dados foi complementada pela revisão da literatura, fundamentada no Modelo de Promoção da Saúde de Nola Pender. Os resultados apontaram que os acidentes escolares são frequentes e variados, incluindo quedas, cortes, torções, queimaduras, choques elétricos, fraturas e engasgos, sendo este último o mais angustiante para os profissionais devido ao risco imediato à vida da criança. As quedas são os acidentes mais comuns, refletindo o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças. As experiências relatadas revelam o impacto emocional sobre as educadoras, incluindo nervosismo, medo e angústia, que podem interferir na execução correta dos primeiros socorros. A presença de protocolos institucionais, equipamentos de proteção e profissionais de saúde nas escolas é considerada fundamental para garantir respostas rápidas e seguras. Além disso, a prevenção de acidentes depende da observação constante, organização do ambiente e orientação das crianças sobre comportamentos seguros. Contudo, essas práticas ainda ocorrem de forma implícita, sem integração sistematizada nas rotinas escolares. A presença de profissionais especializados, como enfermeiros e brigadistas, é apontada como estratégia-chave para fortalecer a segurança na escola. A análise mostrou que os acidentes escolares são um problema relevante de saúde pública, devido à sua frequência, gravidade e impacto emocional sobre crianças e profissionais. Os resultados reforçam a importância da enfermagem escolar na promoção da saúde e segurança, bem como da implementação de políticas, protocolos e capacitações contínuas. Conclui-se que ações preventivas, formação prática e apoio institucional são essenciais para garantir um ambiente escolar mais seguro e saudável.