Trabalho de Conclusão de Curso

O conceito de representação social refere-se à formação de significados compartilhados por uma sociedade, originada a partir da comunicação entre indivíduos. Essa formação é influenciada por teorias científicas, elementos culturais, ideologias, experiências pessoais e interações cotidianas. A compreensão das representações sociais da violência entre jovens assume uma importância fundamental na abordagem de questões complexas que permeiam a sociedade contemporânea. Tais representações revelam percepções dos jovens sobre a violência, incluindo suas definições, interpretações e experiências em contextos sociais específicos. Ao examinar as representações sociais, é possível identificar as diversas causas percebidas da violência entre jovens, como fatores sociais, econômicos, familiares e culturais, contribuindo para uma compreensão mais abrangente das raízes do problema. Compreender essas representações é crucial para criar intervenções eficazes. Ao entender as percepções dos jovens, podemos conceber abordagens mais relevantes e adequadas para prevenir a violência e promover comportamentos saudáveis. A violência juvenil causa danos significativos não só às vítimas, mas também às famílias, amigos e comunidades. Seus efeitos vão além de morte, doença e invalidez, afetando a qualidade de vida. Isso gera custos elevados para os serviços de saúde e assistência social, reduz a produtividade, desvaloriza propriedades e desorganiza serviços essenciais, impactando profundamente o tecido social. A presente pesquisa contou com o objetivo de conhecer as representações sociais da violência para jovens do Alto Vale do Itajaí, enquadrando-se em um estudo de caráter qualitativo, de campo e possuindo um cunho descritivo-exploratório, tendo como público-alvo jovens dos municípios de Rio do Sul e Ituporanga. Os dados foram coletados por meio de um roteiro de entrevista semiestruturada e analisadas através dos núcleos de significação. A partir dos dados coletados e analisados foi possível identificar que a maioria dos jovens enxerga a violência de forma limitada, focando, principalmente, nas manifestações físicas e verbais mais visíveis, o que demonstra a importância de ampliar a conscientização entre os jovens sobre as diversas formas de violência, para que possam reconhecê-las em diferentes contextos. Além disso, pôde-se observar que a violência vivida desde a infância se torna "normalizada" e internalizada, gerando sentimentos de impotência e autodesvalorização, afetando a autoestima e dificultando a construção de relações saudáveis. Os resultados ainda ilustraram percepções acerca da violência e do papel de gênero, revelando tanto uma compreensão crítica dessas práticas quanto a exposição de atitudes culturalmente enraizadas que perpetuam tais desigualdades.